segunda-feira, 23 de março de 2015

até breve!

A Kara casou no mesmo ano que eu, 1998, mas deixa a sua família, marido e 4 filhos, antes do humanamente esperado. Ontem, regressou a casa. Está em festa no céu!
O coração da nossa família está com os seus familiares e amigos e carregamo-los nas nossas orações. A vida aqui é tão breve. A eternidade tão imensa e perfeita!
 
"Ela acreditava que o sofrimento não era a ausência de beleza, mas uma oportunidade de compreender o amor de Deus mais profundamente."
 
[Blythe Hunt, acerca da amiga Kara Tippetts]

uma carta muito especial

Ontem, depois de ter falado na classe da escola dominical em Mateus 13.44-46, fui relembrada de uma carta que li há 3 anos atrás, no livro "Meu coração nas mãos de Deus", que conta a vida da missionária Ann Judson na Birmânia. A carta foi escrita por Adoniram ao seu possível sogro, em Julho de 1810 e as lágrimas rolaram a primeira vez que a li.

 " Agora, tenho de perguntar se o senhor pode consentir em separar-se da sua filha no início da primavera, para nunca mais vê-la neste mundo; se o senhor pode consentir que ela vá para uma terra pagã e sujeite-se às durezas e sofrimentos de uma vida missio...nária; se pode consentir que ela se exponha aos perigos do oceano, à influência fatal do clima do sul da Índia, a todo o tipo de necessidade e aflição, à degradação, insultos, perseguição e, talvez, até a uma morte violenta. O senhor pode consentir isso, por amor Àquele que deixou Seu lar celestial e morreu por ela e pelo senhor; por amor das almas perdidas e imortais; por amor de Sião e da glória de Deus? O senhor pode consentir tudo isso, nas esperança de logo se reencontrar com a sua filha no mundo da glória, trajando uma coroa de justiça, abrilhantada pelas aclamações de louvor dos pagãos salvos, livres de dor e desespero eterno, através do trabalho de Ann?"

Vidas que vivem para o reino. Porque tudo o mais é insignificante quando a ele comparado.

sexta-feira, 20 de março de 2015

prendas bonitas de um filho de 7 anos.


Foi dada ao Tim no dia do pai. Gostei logo, à primeira olhadela. E também de imediato o Salmo 127 e 128, que lemos ao jantar, vieram tão bem ao encontro.
 
"Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam. Se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.
Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois Ele dá aos seus amados o sono.
Os filhos são a herança do Senhor e o fruto do seu galardão.
Como flechas na mão do valente, assim são os filhos da mocidade.
Feliz o homem que enche deles a sua aljava. Não serão envergonhados quando falarem com os seus inimigos à porta.
Feliz aquele que teme ao Senhor e anda nos Seus caminhos.
Comerás do trabalho das tuas mãos; feliz serás e te irá bem.
A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos como plantas de oliveira à roda da tua mesa.
Assim é abençoado o homem que teme ao Senhor.
O Senhor te abençoe de Sião todos os dias da tua vida, para que vejas a prosperidade de Jerusalém e vivas para ver os filhos de teus filhos. Paz seja sobre Israel."

ironia é...

ter um filho daltónico a fazer um trabalho para a escola sobre a simbologia das cores.
 

gosto de...

ir buscar o mais velho à escola com uma amiga e termos a serra envolta em nuvens à nossa frente.
 

quarta-feira, 18 de março de 2015

a viagem


Da janela olho a chuva cair e as gotas fugirem do vidro. A rua chama-me. De repente, a chuva para. Sorrio. Pergunto à minha mãe se posso descer. Ela consente.
Abro a porta do quarto. Não há ninguém à vista. Desço as escadas de madeira a correr. Um cheiro a comida vem da cozinha e invade devagar o resto da casa da Missão. Abro a porta. Tenho o jardim à minha frente, quase a perder de vista. Sou invadida pelo cheiro a relva e terra molhada. O sol continua escondido. Passo pelo local onde há uns dias plantei uma árvore. Disseram-me que ia demorar para conseguir ver alguma coisa a brotar da terra, ainda assim, insisto diariamente em espreitar, não vá a coisa acontecer mais depressa do que o esperado.
Chego perto do rio cheia de esperança. Espero um pouco. Lá estão eles! Os patos adultos e os bebés, vestidos de um amarelo vivo. Nada nos bolsos. Volto a casa. A correr, claro. Detenho-me no quintal, nas traseiras da cozinha, muito quieta. Aparentemente, estar quieta era na altura sinal de bom comportamento. Quanto mais estátua e silenciosa estivesse, mais bonita era. Correr e saltar não encaixava no bom comportamento esperado pela cozinheira e mais alguns. Olho impaciente para dentro da cozinha. Uma cara amigável espreita e sorri-me. Uma estudante espanhola que tinha um filho de uma ano e meio que gostava de comer apenas as coberturas dos bolos, para desespero da cozinheira.
"Bread?", pergunta.
"Yes, please!" respondo quase a saltar.
Volta para dentro e traz-me um saquinho pequeno, transparente, com pão de forma esmigalhado.
Retribuo com um sorriso tímido e vou embora a correr. Passo o quintal e piso a relva do jardim outra vez. Dou a maior corrida que consigo [já vos disse o quanto ainda hoje gosto de correr?] e chego novamente ao pé do rio, rodeado de altas e densas árvores. Começa então um dos meus momentos preferidos do dia: dar de comer aos patos. Devagar, juntam-se à minha volta. Atiro-lhes pão e converso com eles. O tempo parecia muitas vezes parar ali. Sem etiquetas estonteantes. Apenas eu e os patos. Quando eles iam embora, corria de braços abertos pelo relvado e sonhava com uma casa na árvore que não existia. Fazia casas atrás de arbustos e imaginava que os pássaros e árvores falavam. Inventava mil histórias que tinham a  sua continuidade no dia seguinte.
Ouve-se um sino ao longe. Regresso. Volto a correr para a casa da Missão e vou lavar as mãos. Na sala de refeições uma mesa comprida espera-me e o som de várias línguas enche a sala. Sento-me ao lado da minha mãe. Olho pela janela. A chuva recomeça a cair.

A buzina de um automóvel soa. Abro os olhos. Estou no jardim da Estrela, em Lisboa e já não tenho sete anos.

terça-feira, 17 de março de 2015

peregrinos

 
Mas agora desejam uma pátria melhor, isto é, a celestial. Pelo que também Deus não se envergonha deles, de ser chamado o seu Deis, pois já lhes preparou uma cidade.
Hebreus 11.16

Pois não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a vindoura.
Hebreus 13.14

gostar de...

olhar os pinheiros enfeitados.

Podia falar-vos da mala gigante de recordações que o cheiro a pinheiro me traz. Não o vou fazer. Hoje, quero apenas olhá-los, em todo o seu esplendor de primavera.







ahhhh!!!


Comi-os a primeira vez quando fomos ao Estados Unidos, em 2002. Fiquei fã. A coisa espalhou-se e chegou à europa. Confesso que não lhes resisto. Sempre que o Tim vai a trabalho a Madrid traz uma caixa...ou duas, como desta vez.

manos na mesma equipa

Por estas bandas, tivemos um torneio na tarde de sábado. O engraçado foi ver o Jojó e o Marcos a jogar pela primeira vez juntos. O Jónatas, que joga no escalão acima, foi convidado para jogar com a equipa do escalão da idade dele e o Marcos, por sua vez, foi convidado a jogar na equipa do escalão acima, o que fez com que se encontrassem na mesma equipa. Foi giro vê-los a jogar juntos nos 2 primeiros jogos, com cumplicidade e ouvir a malta gritar pelos manos Xavier. E não é que o Marcos deu um bailinho a uns tantos?
 


sábado, 14 de março de 2015

Paddington

 
Um dia sem aulas. Uma ida ao cinema para ver o Paddington.
Voltar atrás no tempo e relembrar os desenhos animados e a caderneta de autocolantes que tinha em miúda.

sexta-feira, 13 de março de 2015

à beira do rio.



Com os dias amenos a aparecer a beira do rio enche-se de pessoas a passear, a ler, a conversar ou simplesmente esticadas ao sol. O sol torna as pessoas mais bem dispostas. É um facto. Ouço mais gargalhadas do que o normal.
Tenho o hábito de procurar um canto mais pacato e ali ficar a ler, escrever ou a olhar o azul do Tejo. As gaivotas estavam especialmente amigáveis neste dia.

ter uma amiga que vem a casa fazer-nos uma sopa de cação.

pelo caminho...

Deixar os meninos no futebol ao fim da tarde.
Regressar a casa com a luz do sol que se prepara para ir embora.
Absorver tudo.
 



aprender a sofrer

Lembrar que há cargas que não me cabe a mim carregar. Que há responsabilidades que não me pertencem.
Partilhar e sofrer com os outros sem me despedaçar de tristeza por eles. 
Recordar que Jesus levou toda a tristeza e dor na cruz.
Há anos alguns atrás uma amiga querida e sábia disse-me isto mesmo.
Esta semana, ouvi o mesmo.
Sempre na hora exacta.

quinta-feira, 12 de março de 2015

um folar, minutos antes de ser devorado.

empenho.


caracóis.

 
Lembro-me de ser miúda e ser a única menina com caracóis na minha sala de aula. Também me recordo de olhar os cabelos lisos, penteados e alinhados das outras meninas, com um ar sonhador. A partir de certa idade, sempre que havia um casamento, o meu cabelo era esticado. Se chovia, era o desespero! Lá começava o teimoso cabelo a ondular e a ganhar volume. Tive um professor de ciências no 5º ano que me chamava de "Leoa". Escusado será dizer que eu não o gramava.
Hoje, gosto dos meus caracóis, apesar de volta e meia pensar que um cabelo menos volumoso faria um certo jeito, de vez em quando.
O Jojó começou a aprender a gostar dos dele. Primeiro, lamentava o facto de não ter cabelo liso e não conseguir fazer uma crista como os manos. Agora, começa a convencer-se que o seu cabelo desalinhado é especial. Isto, porque é especial para mim.

o Tejo, uma amiga, um bebé e um dia de sol.





quarta-feira, 11 de março de 2015

viver, olhando para o Alvo!



Há manhãs cheias de tanto! Cheias de vida. Manhãs cheias de Cristo!
Ouvir o testemunho da irmã Magali Luz, uma serva de Deus, missionária em Portugal, foi um prato cheio. A sua presença tranquilizante, as suas palavras doces, sábias e encorajadoras cativam, prendem, sossegam. Se é com emoção e algum deslumbramento que ouvimos o testemunho de alguém assim, imaginem o que será ver Jesus face a face! Sim, porque o nosso deslumbramento não está na pessoa em si mesma, mas naquilo que Cristo tem feito nela e através dela. O que nos atrai é ver Cristo na pessoa. É olhar para uma caminhada que é feita lado a lado com Ele. Foi um bálsamo.
Grata pelas vidas que Deus transforma, chama e usa para inspirar outras. Pelo privilégio de aprender com mulheres cristãs mais velhas, mais experientes e sábias do que eu. Pelo exemplo de obediência e dependência da Palavra e oração. Viver no mesmo compasso de Cristo, no Seu ritmo. Ultrapassar dificuldades com a certeza de que os nossos dias aqui são nada, a não ser que sejam vividos para Ele. Caminhar sem medo. Refrescante como uma brisa de Verão, porém profundo, com tanto para absorver, digerir, aprender e trabalhar. 
Mais de Cristo, mais do Seu amor e da Sua graça, para os meus olhos, boca e ouvidos. Mais dEle! Sempre!
 
Como disse a ir. Magali, “Precisamos deixar invadir-nos pela eternidade.”
Que assim seja.

sexta-feira, 6 de março de 2015

parar e olhar.

 
Os vizinhos já sabem que é natural verem-me a tirar fotografias ao céu, ao final da tarde. Se no início levava toda a gente a acompanhar o meu olhar ["Mas o que é que se passa lá em cima?!"] Agora já sabem que são apenas as nuvens, um céu a mudar de cor, o sol a preparar-se para descansar e, às vezes, um avião que rasga o céu e me lembra que há todo um mundo para além do nosso canto. Mesmo assim, volta e meia, ainda consigo fazer um ou outro parar por uns minutos e admirá-lo comigo. Convenhamos, um céu com nuvens, a mudar de cor e com um sol a desaparecer no horizonte não tem nada de banal. E manter dezenas de pessoas no ar também não. Parar é preciso!









sede.

Podia dizer-se que os dias são curtos para este menino, não fosse ele adormecer mal cai na cama.
Tudo lhe interessa e fascina. O estudo do meio da escola e tudo o que com ele tem descoberto, os números e operações que faz com maior facilidade que eu, as palavras novas em inglês, a música que o mano mais velho toca na flauta, jogar futebol, a viola e os acordes que ainda não faz, os ingredientes que uso para preparar as refeições, as palavras que desconhece o significado, as perguntas rebuscadas. Se não sabe, pergunta. Ficar sem saber não é opção. Destila vida e entusiasmo e... continua a dar-me beijos na mão.

perfeito!

Gosto muito de nuvens. Gosto muito de árvores. Juntar as duas é sempre bonito.