segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Sentimentos que perduram

A minha mãe ligou-me na sexta-feira à tarde, chamando a minha atenção para o canal da tvi, onde estavam a falar sobre o bairro onde eu nasci e cresci, em Lisboa. Reconheci o senhor que falava no programa apresentado pela Júlia Pinheiro, com visível orgulho de morar no bairro há já 28 anos. Era um amigo do meu pai, que arranjava o jardim perto da igreja e ajudou a semear o jardim da nossa praceta logo no início (fazer canteiros, plantar, etc). Não pude deixar de sentir o seu entusiasmo e emoção ao falar do bairro e de me rever em tanto do que por ele foi dito. Senti-me como se nunca tivesse saído de lá, como se continuasse a lá viver e descobri o que acho já há muito saber: nunca vou amar e me identificar tanto com um local onde viva e ter aquele sentimento de pertencer e conhecer um lugar como o que tive durante os 18 anos que lá vivi. Recordei o que um professor meu de Geografia disse, tinha eu 14 anos: a importância de sentir que pertencemos ao local onde vivemos, em olharmos em redor e nos sentirmos familiarizados com o que vemos, em conhecermos o senhor do pão, o vizinho e uma série de outros detalhes que nos fazem sentir em casa, em segurança e acompanhados tem uma importância extrema. eu acrescento que ter e sentir isso, nem que seja apenas uma vez, é um tremendo privilégio.
No sábado à tarde, peguei na minha máquina e fui tirando fotografias aqui e ali até casa do meu mano. É uma das maneiras que tenho para me concentrar no momento e no que está à minha volta, refrescando os meus pensamentos. Olhar à minha volta com olhos e ouvidos atentos, descobrindo detalhes, cores...



Ao chegar a casa do meu mano deparei-me com uma série de LPs (aquela coisa gigante, em vias de extinção que necessita de um gira- discos) espalhados pela sala e reconheci a cara da maioria deles. Oh... por momentos senti-me pequenina outra vez e tive vontade de ouvi-los todos. Músicas que sei de cor até hoje e que marcaram a minha infância e adolescência. (Mano: obrigada por toda a música que trouxeste desde cedo até mim). E regressei a casa cantarolando músicas que não oiço há quase 20 anos.



2 comentários:

bitas disse...

li no devocional o seguinte:
"Na Criação, Deus deu fôlego ao homem. Então deixou o homem sem fôlego com a beleza, grandiosidade e eloquência de um universo cheio de maravilhas, criado pela Sua própria mão. Olhe ao seu redor. Examine o que Deus fez. Então, maravilhado, proclame a Sua majestade." Acho que se aplica a estas fotos :)

Anónimo disse...

Não vi o programa... Mas sinto o mesmo! A vantagem que tenho sobre ti é o facto de praticamente todos os fins-de-semana regressar ao bairro... e é lá que me sinto em CASA!
Beijos
Nessa